História do Brasil T2: A formação, 1941

Travou-se combate renhido em 19 de janeiro de 1604. Tuim Mirim conseguiu confabular com alguns franceses, que lhe falaram de "uns mulatos e mamalucos crioulos da Bahia maiores diabos do que o principal com quem andavam", a exigirem lhes dessem Manuel de Miranda e Pero Congatan, seus inimigos. As hostilidades renovaram-se, com a derrota e fuga dos tapuias e seus aliados. Dez prisioneiros franceses foram por Pero Coelho remetidos para Pernambuco. A conquista poderia estender-se ao Maranhão, após transpor o rio Parnaíba (Punaré) alcançado pelos expedicionários: mas os alimentos faltavam, os soldados queriam voltar e se os compelisse a prosseguir, o capitão provocaria a rebeldia e dispersão da coluna. Cedeu então. Deixou à margem direita do Ceará Simão Nunes com quarenta e cinco deles, num arraial fortificado, e se passou à Paraíba, a buscar a família e dar conta de sua empresa. Dispusera-se a povoar aqueles sítios. Instalando-se nos pendores de Ibiapaba dominaria - com a sua atalaia - o caminho litorâneo para o Maranhão e os sertões dos "índios de corso". Mediu mal, porém, as suas forças.

Realmente, num caravelão se transportou para o fortim onde ficara Simão Nunes. Foi desolador o que encontrou aí. Os soldados queixavam-se da vida miserável a que estavam condenados e o capitão não podia contê-los. Resolveram transferir-se para o rio Jaguaribe, como para melhor lugar, onde refariam as energias. Mas, tanto que se pilharam à beira-rio, desertou a maioria, restando a Pero Coelho uns poucos, estropiados, a mulher e cinco filhos. Valeu-se de uma jangada de raízes de mangue, à moda indiana(1) Nota do Autor para atravessar o Jaguaribe, e, a pé, pelas areias que o sol

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