mui fragosos e mal penetráveis..." Não lhe aproveitou um reforço de sessenta moradores das Alagoas. Debalde quis romper as cercas do primeiro arraial de negros que encontrou. A resistência destes e o desânimo dos seus levaram-no a protelar o ataque dez meses, na "praia deserta do Riacho Paratagi".
Forte de munições e abastecimento, com 45 brancos e 600 índios, lançou-se de novo ao arraial, já agora defendido por "uma triplicada cerca no cume da Serra", "com torneiras a dous fogos a cada braça, com flancos, redutos, redentes, faces e guaritas, cousas antes não usadas deles, e os exteriores tão cheios de estrepes ocultos e de fojos cheios deles de todas as medidas... que era absolutamente impossível chegar alguém à dita cerca todo ao redor." Quem fizera tal obra? Superior à rusticidade dos quilombolas, trai a intervenção de desertores, gente interessada na conservação deles ou antigos soldados pretos,(1) Nota do Autor capazes de assim afrontar um pequeno exército. Evidentemente com o seu punhado de escopeteiros não poderia o paulista vencê-los. Chegaram-lhe, sucessivos, grupos de moradores, mesmo algumas pessoas influentes de Olinda e Recife, e senhores de engenho decididos a cooperar no último castigo dos bárbaros, comandados pelo capitão-mor Bernardo Vieira de Melo. Outros chefiados pelo sargento-mor Sebastião Dias se apresentaram; e destarte uma força númerosa começou, em 12 de janeiro de 1694, o cerco dos Palmares. Consumiu 22 dias.
A tática de Domingos Jorge foi engenhosa. Construiu uma cerca oblíqua, que partia do seu acampamento até alcançar a dos negros, fazendo-a de noite, e de modo a ir cobrindo o avanço, sem que lho pudessem conter. Já quase completamente fechado por estoutra