História do Brasil T2: A formação, 1941

XXI

OS "MALES DO BRASIL"

O BRAÇO DE PRATA


Ao contrário do governo profícuo de Roque da Costa (que "se embarcou na mesma hora em que entregou o bastão", "mais pobre de fazenda e mais rico de opinião que muitos dos seus antecessores")(1) Nota do Autor- foi desastrado o de Antonio de Souza de Menezes, velho militar, que perdera o braço direito num dos combates da armada do conde da Torre à altura da Paraíba, e o substituíra por um "de prata", donde a alcunha, que lhe ficou. "Nos postos e governos que exercera tinha mostrado mais valor que disposição", sentenciou o padre Antonio Vieira, que, também velho, resolvido a isolar-se do convívio dos homens na quinta do Tanque, da Bahia, a esta cidade se passara, na frota de 1681.(2) Nota do Autor Durante os seus dous anos de governo infausto o "Braço de prata" foi impopular, combatido pela melhor gente e censurado por suas violências, a que não faltou o remate de um crime famoso.

Começou por querer evitar um abuso de que se queixava a justiça: o imemorial costume de saírem à noite, embuçados nas suas capas, os moradores, de modo a serem contínuos os delitos, impunes graças ao disfarce. Proibiu os "embuçados" e irritou a mocidade, avisou

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