História do Brasil T2: A formação, 1941

Vieira, em carta de 23 de julho do mesmo ano: "e sobre se tirarem as capas aos homens têm dito lindezas os poetas, sendo maior a novidade deste ano, nestes engenhos, do que foi nos de açúcar". A "terra é má de contentar", confessava o padre. Açulou-lhe a maledicência a galhofa de Gregorio de Mattos:

"Quando desembarcaste da fragata

Meu dom Braço de Prata,

Cuidei que a esta cidade tonta e fátua

Mandava a Inquisição alguma estátua..."

O CASO DO ALCAIDE

Complicou-se a situação com a amizade que logo uniu ao governador o alcaide-mor Francisco Telles de Menezes e o desembargador João de Góes de Araujo. Ambos eram adversários do Secretário de Estado, Bernardo Vieira Ravasco, irmão do padre Vieira, e da importante família dos Britos de Castro, cuja parcialidade abrangia nomes ilustres da milícia, do clero e da nobreza. De João de Góes diz o padre: "inimigo capital da Companhia e do meu irmão", era "a mão com que escrevia o governador". Quanto ao seu valido, o alcaide, o ódio aos Castros pressupunha luta de morte, pois um sobrinho dele armara uma emboscada ao tenente Antonio de Brito e seu irmão, o provedor da alfândega André de Brito de Castro, de que escaparam, mal ferido o primeiro, com a espada na mão o outro... Sem atenção a esse conflito, deu o governador ouvidos ao desembargador e a Francisco Telles para diminuir o ordenado do Secretário, e suspendê-lo afinal do emprego. A esse tempo escravos do provedor da alfândega tinham assassinado dous negros do alcaide. Atribuía-se

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