o crime à vingança. Entre os mandantes figurava Gonçalo Ravasco, filho de Bernardo Vieira. Para não serem presos recolheram-se ao Colégio da Companhia os dous Vieiras, e alguns fidalgos. Lembrou-se o padre duma acomodação: e, antevéspera do Natal, procurou em Palácio Antonio de Souza de Menezes. Foi pior. Desentenderam-se, através de um diálogo que o próprio Vieira resumiu, em carta a Roque da Costa. "Que ele ainda que não era padre da Companhia tinha melhor consciência que eu, e conhecia melhor a Deus que eu". Advertiu-lhe, que "quando eu podia alguma cousa, tinha servido a Sua Senhoria". Gritou: "Nunca lhe pedi nada, nunca lhe pedi nada!" E o jesuíta: "Sim pediu, sim pediu: nem tem que se desconfiar disso; porque naquele tempo se podiam valer de mim, e eu fazer serviços a outros maiores, tirando o príncipe". Furioso, o governador o expulsou: "Vá-se daqui, e não me entre mais em palácio". E o padre: "Por certo que será matéria de grande sentimento não entrar neste palácio quem com tão diferente respeito tem entrado no de todos os reis e príncipes da Europa".
Seis meses transcorreram, pontilhados de incidentes e desordens. Em quatro de junho (1683), às dez horas da manhã, na rua detrás da Sé a "serpentina" em que ia o alcaide-mor foi atacada por um bando de embuçados. Dous escravos, que carregavam o palanquim, caíram logo, aos golpes dos criminosos, que em seguida se atiraram a Francisco Telles de Menezes e lhe embeberam no corpo as espadas. "Matá-lo-ei de frente e com o meu pulso, como cavaleiro", rugiu um deles, decerto Antonio de Brito de Castro, e vibrou-lhe a estocada mortal.
Cometido o crime correram os assassinos para o Colégio. Puderam ser presos João de Couros Carneiro, Francisco Dias do Amaral, Manuel de Barros da Franca, Antonio de Moura Rolim, os capitães Diogo de Souza