grande. Os tempos, sim, corriam desastrosos; e exigiam remédios heroicos. "A fome que houve na Bahia no ano de 1691" dedicou o poeta amargos versos:
"Toda a cidade derrota
Esta fome universal,
E uns dão a culpa total
À Câmara, outros à frota..."(1) Nota do Autor
A crise persistia por um decênio. A epidemia de 1686 agravara-a com a mortandade da escravatura, o retraimento e a desordem dos negócios. "Este ano deixaram de moer muitos engenhos", lamentou Vieira, em carta de julho de 1689. "Aconselharam os mais prudentes que se vista algodão, que se coma mandioca..."(2) Nota do Autor Achava o padre que mais três anos assim acabariam com os engenhos. E que providências vinham do Reino? Que "se não rematassem por dívidas os gêneros da terra antes do tempo da frota", a exemplo do que se fizera em 1665, por ocasião da peste das bexigas...(3) Nota do Autor Não bastava. O mal devera remediar-se com a moeda. É nada tinha de complexo. Crescente a importação de utilidades, urgia exportação equivalente, para compensá-la. Desorganizada a exportação, por escassa, desvalorizada ou difícil de transportar, o que os mercadores reclamavam era a paga, em dinheiro, de seus panos, de seus utensílios, de seu vinho. Realizavam lucros fáceis, ficavam sem a dependência