História do Brasil T2: A formação, 1941

da mercadoria do Brasil a vender na Europa, e com a vantagem da moeda sonante carregavam a maior ganância do tráfico - empobrecendo as praças cujo numerário fugia todo para além-mar.

Não havia, é certo, melhor negócio que o das cousas que os embarcadiços, nas frotas anuais, vinham especular e vender ao Brasil. Na "Arte de Furtar" se conta que 50$ de pano eram na ilha da Madeira dados pelo dobro a essa gente, que também pelo dobro, 200$, revendia e ganhava...(1) Nota do Autor O pior, em tal giro, era a troca, da mercancia de Portugal por açúcar ou tabaco, de cotação variável em Lisboa. Sobrevindo o distúrbio da produção, em 1682 ou 83, deram de preferir os patacos circulantes. A crise tornou-se - de dinheiro. Obstada à evasão, volveriam a reputar-se os gêneros do Brasil, e a prosperidade se seguiria, à normalidade do trabalho. Não havia senão diferençar da moeda da metrópole a da colônia. Fixar a segunda, abaixando-lhe o teor metálico, em relação à primeira. Regenerar, por essa operação na aparência temerária, a finança do Brasil até aí incerta e desnorteada.

Porque foi a moeda então o assunto predileto das queixas, dos estudos, da angústia dos homens empenhados em melhorar a triste vida brasileira de 1691, vejamos as alterações que sofrera ela após a Restauração portuguesa.

ALTERAÇÕES DA MOEDA

A revolução de 1640 pesara sobre o meio circulante. Ouro e prata encareceram. Tornou-se indispensável o reajuste, com o aumento de 20%, no mínimo, do numerário

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