História do Brasil T2: A formação, 1941

dos aventureiros, escoadouro do metal sonegado aos guarda-mores, caminho para os negociantes que de Pernambuco e da Bahia as demandassem sem os riscos da viagem marítima pelo Rio de Janeiro e São Paulo.

Mas ali um ermitão, na sua gruta, se antecipou ao capitão-mor com as suas "ordenanças": chamou-se Francisco de Mendonça Mar, e Bom Jesus da Lapa o santuário que descobriu. Era um pintor português, que ainda em 1688 se empregara nas obras do palácio na Bahia e, em 1691, desiludido das cousas do mundo, entrou os sertões, indo instalar-se na volta do rio, na Lapa, onde a ribanceira calcária tem, para singularizá-la, uma das grutas mais belas e curiosas do país. A santa vida do cenobita (a quem o arcebispo, em 1706, mandou chamar e deu ordens religiosas, confirmando-lhe de público as virtudes) estendeu em torno daquele sítio o prestígio e a paz dos lugares sagrados.(1) Nota do Autor Como que adivinhara o drama que havia de suceder nas cabeceiras do rio; o tumulto e a desordem que não tardariam; as lutas de paulistas e "emboabas". Advertiu-as do alto de sua rocha, vendo passar as canoas...

OS IRMÃOS VIEIRA

Faltou ao Brasil, em 1697, a experiência de dous vultos eminentes, cuja biografia lhe abrange quase todo o século XVII: Antonio Vieira, aos 89 anos, e seu irmão o Secretário do Estado Bernardo Vieira Ravasco.

Entre 1681, quando voltou à Bahia, e seus últimos dias, prestou o grande pregador renovados e importantes serviços à colônia. Após o infausto governo de "Braço de Prata" a sua influência tornou a manifestar-se, e

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