História do Brasil T2: A formação, 1941

Nos "Diálogos das Grandezas do Brasil" (1618) o panegírico dos recursos e amenidades da terra mantém o mesmo gosto das notícias práticas, das observações curiosas e das minúcias úteis, que tanto interesse dão ao Roteiro, de Gabriel Soares, e ao Livro que dá razão de Diogo de Campos Moreno. Escritos em Olinda no período próspero que antecedeu à invasão flamenga, indicam a familiaridade com as preocupações do espírito e das belas letras, de que é modelo a História do Brasil, do nosso frei Vicente do Salvador (que a ultimou em 1627)(1) Nota do Autor.

Simão de Vasconcelos (1597-1671) teve o mérito de consagrar à Religião e ao Estado livros estimáveis. As suas Notícias curiosas e necessárias das cousas do Brasil (1662) combinam-se, pelo mesmo tom de propaganda e defesa destes climas, com as obras citadas. Deu-nos mais, entretanto, as biografias dos padres João de Almeida (1658) e José de Anchieta (1672), e a Crônica da Companhia de Jesus no Brasil (1663), como em atenção à queixa de Vieira: "...espantando-se de ouvirem tantas relações do Japão, da Índia, da China, do Paraguai, do Chile e das outras províncias da América, e só do Brasil não se escrever nada..."(2) Nota do Autor.

Tal reparo encontraria adequada acústica em Portugal. É de oito de maio de 1658 a nomeação de Diogo Gomes Carneiro para cronista da América, com 200$ anuais de ordenado. Na confirmação desse cargo, em 1661, declarou el-rei que os procuradores dos "povos das capitanias do Estado do Brasil" lhe tinham pedido "um Cronista, que desde seu princípio até ao presente

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