História do Brasil T2: A formação, 1941

ao linguajar, à musica dolente e engraçada, à "modinha" da Bahia, precursora do "fado". Se não foi Matos quem a criou - à modinha cantada ao violão, que tanta popularidade teve no Reino durante o século imediato - com certeza lhe deu a voga e o ritmo que equivalem à invenção. Ainda hoje achamos nos sertões a poesia popular, improvisada nos "desafios" ou corrente, nas toadas familiares ao senso lírico da gente rústica - com o metro, as consoantes, o jeito dos famosos "repentes" do poeta seiscentista.

Pertence Botelho de Oliveira à fase classicista em que se extremou o orgulho da flora americana. O estilo - frondoso e difícil - servia arrogantemente à exaltação da paisagem (P. Prudencio de Amaral, De Sacaris opificio carmen, Fr. Manuel de Santa Maria Itaparica, Descrição da ilha de Itaparica, P. José Rodrigues Ramos, De rusticis brasilicis rebus). O que há de exagero a esse propósito na prosa de Rocha Pitta se atenua em ternura no hino que Botelho de Oliveira dedicou à ilha de Maré.

A preocupação da "propaganda", de belezas e opulência sem igual, envolve certa política, brutal nas sátiras de Gregório, romanesca no bucolismo de Oliveira. Aquele profligara "Brasileiros bestas a trabalharem para os maganos de Portugal..."(1) Nota do Autor, protesto nativista que cheira à independência. O outro, exigia menos: "Tenho explicado as frutas, e legumes, que dão a Portugal muitos ciúmes..."(2) Nota do Autor O mesmo poeta em 1671 falara, ao decantar a viagem do governador Afonso Furtado, em "Império novo"...

Enterneceu-se Simão de Vasconcelos com o "clima bom entre todos", terra e céu incomparáveis...(3) Nota do Autor

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