Panorama do Segundo Império

portos era um imperativo da expansão econômica da sua pátria. Daí por diante começa a Inglaterra a influir nas nossas cousas duma maneira considerável (5) Nota do Autor.

As reformas ultimadas pelo rei abriam os caminhos, até então vedados, ao desenvolvimento do Brasil. Davam à colônia a consciência da sua capacidade para vencer e para viver autonomamente. Demais, já havíamos constituído uma formação sociogênica apta a governar-se. A fortuna particular argamassara interesses sólidos e vinculados à terra. O comércio abrira perspectivas alvissareiras para os dias em que se fizesse de nação a nação, sem a tutela e a interferência lusitana. A sociedade constituíra a sua hierarquia. No tope, havia os senhores dos latifúndios. Os donos da riqueza agrária. A gente que ia constituir a nobreza e os titulares do segundo império. No meio, uma massa ainda confusa de rodeadores dessa riqueza e de habitantes das cidades, – no início já da fase urbana da nossa civilização, até aí puramente agrária. Essa massa se compunha de gente de todas as origens. Era a resultante do caldeamento racial. Era a resultante da dispersão da riqueza, da sua circulação que, embora reduzida e lenta, forçava já o aparecimento desse embrião de classe média, cerne e índice das sociedades. No fundo, – estava a escravaria e a indiada.

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