O entrelaçamento dessas consequências não indica mais do que a complexidade dos processos sociais onde é difícil extrair alguma coisa, onde é perigoso diferenciar. As etapas sucessivas não são, as mais das vezes, marcadas por acontecimentos notáveis. A evolução se procedia subterrânea e progressiva. Não surgia à superfície, num fato ou noutro, senão de raro em raro.
A aceleração na ideia de emancipação, após a guerra, mostra como um novo impulso lhe havia sido dado. Em 1866, Pimenta Bueno, expõe ao imperador um projeto em favor dos escravos. Pedro II, atemorizado com os acontecimentos norte-americanos e alertado pelos europeus que não cessavam de clamar contra a desumanidade da instituição, remete o projeto ao marquês de Olinda. Olinda devia submetê-los a exame do Conselho do Estado. Este, porém não quis tomar conhecimento. Não foi sequer assunto de cogitações a ideia de S. Vicente. Em julho de 1866 recebe o imperador uma petição da "Societé française pour l'abolition de l'esclavage". Assinavam-na algumas personalidades de evidência. Zacharias era o novo chefe de gabinete. Ele, que seria dos mais ferrenhos adversários da emancipação, resolve submeter o esquecido projeto Pimenta Bueno aos seus pares. Concordaram que o assunto era importante e aceitaram as ideias do autor, menos num ponto, – note-se bem, aquele que prescrevia a abolição total para dezembro de 1889. Assim mesmo, a parte aprovada só poderia ser submetida às Câmaras após a paz. Até aqui a marcha lenta, demorada, emperrada da ideia. O contraste entre a atitude do imperador, que a acolhe, e a dos parlamentares que a rejeitam ou deixam-na manca e inútil.
Passado breve interregno, depois da paz, Teixeira Junior levanta a questão, na Câmara. Era uma subversão.