OS REPUBLICANOS E O MANIFESTO DE 70
Os ideais republicanos, eternos na existência social brasileira, sofreram uma regressão definitiva com o advento da corte portuguesa de D. João VI e com a conciliação entre a autonomia monárquica e os anseios da gente brasileira. Passaram a segundo plano mais tiveram preponderância na vida do país.
Quando vão reaparecer, eles não vivem duma força positiva e tangível, duma ansiedade contínua e imprescindível. Alimentam-se das fraquezas do regime que vinha predominando desde a segunda década do século. Ficam na posição de quem colhe os restos da prodigalidade de outrem. Aproveitam-se das brechas do edifício imperial para se infiltrarem e para se insinuarem, com pouca vivacidade, mas com alguma solércia.
O movimento republicano não chegou, em tempo algum do seu desenvolvimento, a galvanizar a alma nacional. Jamais teve o condão de provocar um entusiasmo forte e de arregimentar todas as forças que se divorciavam do trono. Pelo contrário, as forças que se afastavam do regime imperante recolhiam-se a uma neutralidade mais nociva que a própria aversão, mais sintomática que a oposição virulenta. Elas se desinteressavam, tão somente. Mas que tremendo quadro de fraqueza social e de ruína política representava esse alheamento! Era como se se deixasse uma pessoa perdida