Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

e o tubo intestinal, e sugou a gordura que ficara na parte restante. A despeito da repugnância que me causava essa iguaria, quis prová-la e achei-lhe um sabor delicadíssimo que me lembrou o do creme.

Frequentemente José Mariano (34) Nota do Tradutor,ia pescar de canoa na baía e pelas proximidades das ilhas nela dispersas; o ajudante mandava um ou dois milicianos servir-lhe de remadores e na volta eu lhes gratificava o trabalho. Uma tarde também embarquei com eles, a passeio, que, aliás, achei encantador. A canoa era tão pequena que o menor movimento a fazia oscilar,- e confesso que, no primeiro quarto de hora, fiquei um pouco atemorizado; mas, a tranquillidade dos dois milicianos me restituiu a coragem. O tempo estava soberbo, pouco ventava e o canal assemelhava-se a um magnífico lago cercado de terras baixas e de montanhas, umas e outras cobertas de florestas. Via-se ao longe a Cordilheira Marítima, e a sua cor azulada e vaporosa amenizava a aspereza produzida na paisagem pelo verde sombrio dos morros mais próximos do porto. Distanciamo-nos de S. Francisco e chegamos às ilhas que, vistas da vila, pareciam limitar o canal. — Desembarcamos na ilha do Maracujá (do guar. mburucuia nome genérico das passifloras,