Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

que se afigura a uma calota hemisférica e tem apenas uma centena de passos de circunferência. Deixaram-lhe em torno uma bordadura de arbustos e roçaram-lhe o centro, onde encontrei uma plantação de feijões. Os meus remeiros informaram-me que diversas outras ilhas eram também inteiramente ou em parte cultivadas. Deixando a Maracujá, desembarquei noutra ilha toda coberta de mata espessa e onde colhi algumas plantas pertencentes à flora do Rio de Janeiro. Durante o tempo que ali permaneci, quase fui devorado por milhares de mosquitos. Elevam-se acima do nível das águas algumas pedras nuas e brancas, onde pousam muitas aves marinhas. Duas espécies de Stuna ali se reúnem em bandos numerosos, assim como biguás, garças brancas e baiagus, também em grande quantidade, mas quase sempre aos pares. Na ida atravessamos o canal, e na volta costeamos a ilha de S. Francisco, deparando-se-me nesse trajeto um belíssimo sítio que pertencia ao dizimeiro. Quem poderia ser rico no local, se o próprio arrendatário do dizimo era pobre?

Experimentei em S. Francisco os embaraços que forçadamente teria de sofrer por toda a parte, quando precisava obter qualquer coisa dos operários. Por muita felicidade pude encontrar quem me fizesse algumas caixas que me eram indispensáveis,