Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

referi e que, com a primeira, são as maiores de todo o canal. Do lado do sul, à beira-mar, a ilha de S. Francisco torna-se plana; mas, ainda se veem morros a alguma distância e, segundo me informou o patrão da lancha, existem outros do lado do sueste.

Haviamos partido contra a maré e, ao pôr do sol, ainda nos achávamos muito longe da barra do Araquari. Não podendo, com a escuridão que logo se fizera, apreciar mais a paisagem, deitei-me numa esteira e adormeci profundamente. Ao cabo de algumas horas, acordei com a vozearia dos remeiros que discutiam com vivacidade, pretendendo uns que nós já haviamos passado do local em que devíamos aportar e onde se encontrava um destacamento de milicianos encarregado do serviço da barra, e que, portanto, prosseguindo, entraríamos em alto mar, ao passo que os outros achavam estarmos ainda muito longe desse local. Viajávamos a vela e julgamos prudente ferrá-la. Os homens puseram-se a remar cautelosamente, acompanhando o mais perto possível a margem do canal, e com grande satisfação de todos logo se verificou que ainda estavámos aquém do sítio onde devíamos passar o resto da noite.

Eram duas horas da madrugada quando aí chegamos. Os homens do destacamento de milicianos