Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

encarregados, como disse mais acima, do serviço da barra do Araquari, alojavam-se num rancho construído do lado da terra firme, à margem esquerda do rio Piraqué, o último curso d'água que se lança no canal, ao norte de sua embocadura. Nesse posto, cujos soldados me acolheram em sua choça, e de onde prosseguiria a minha viagem por terra, despedi os lancheiros que me haviam conduzido.

Os cavalos que deviam transportar a minha bagagem a Itapocoroia e que haviam sido pedidos com muitos dias de antecedência pelo commandante de S. Francisco, ainda não se encontravam no posto do Piraqué, e, assim, fui forçado a passar nesse local um dia inteiro, que aproveitei em herborizar, fazendo então a melhor colheita depois que deixei Curitiba.

O mangue (Laguncularia racemosa, Gaert.) era a única vegetação que crescia no terreno úmido e paludoso que contornava o posto. Atravessando o Piraqué, segui a praia do lado do sul, muito além do Rio de S. Francisco. Em toda a extensão dessa praia de areia alvacenta e movediça, existe um número muito pequeno de plantas esparsas, encontrando-se, de onde a onde, tabuleiros de vegetação mais densa. A cavaleiro da praia crescem matas cerradas, em cuja orla encontrei um sítio. O seu