que confiava na sua prudência, e ele se decidiu a continuar a viagem. O mar não estava calmo e sabíamos que a saída do canal é, às vezes, perigosa, devido aos bancos de areia ali existentes. De súbito, sentimos o barco subir na crista de uma onda e cair rapidamente, sacudindo-nos, como se a embarcação estivesse na iminência de ser tragada pelas águas. Tinhamos passado a barra.
Apesar da escuridão, pude distinguir, fora do canal, diversas ilhotas, numa das quais existe uma fortaleza. Após havermos transposto a barra, deitei-me e dormi até as duas horas da manhã, quando chegamos à armação de Garupava (do guarany — ygacupa, a enseada dos barcos).
Amarrada a lancha ao trapiche, o patrão convidou-me a desembarcar e passar em sua casa o resto da noite. Como o frio era intenso, aceitei o oferecimento, tendo sua mulher estendido no chão uma esteira em que me deitei para dormir.
Levantei-me ao romper do dia e mandei desembarcar a minha bagagem. O administrador da armação, a quem eu ia recomendado, estava ausente. O seu substituto instalou-me num quarto grande, misérrimno e sem móveis, onde a água penetrava por todos os lados. Perguntando se as carroças que me deviam transportar à freguesia de Vila Nova e que d. Diogo antecipadamente solicitara,