Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

planície coberta de mato, e que é a continuação da que acabei de referir-me. Essa habitação também se me afigurou outra raridade, pois em Minas e Goiás as fazendas são geralmente construídas em lugares baixos.

O patrão da lancha que me conduzira a Garopaba fora commigo à casa do sargento-mor. e este o censurou acremente por haver posto em risco a minha vida, passando de noite a barra do canal de Santa Catarina. Entretanto, eu não achava ter corrido tão grande perigo.

Terminada a sua repreensão, o sargento-mor. convidou-me para jantar. Sua mulher foi para a mesa conosco, o que certamente não teria feito uma senhora de Minas ou de Goiás, e ficou encantada com os elogios que fiz a Santa Catarina, sua terra natal.

Dissera-me o sargento-mor que plantava principalmente mandioca por ser nessa região a cultura mais produtiva em virtude da mesma preferir os terrenos arenosos. Acrescentara que após colhida a mandioca plantada em terreno que antes fora de mata virgem, devia-se deixá-lo repousar dois anos; mas, se as terras fossem de capoeira, o tempo de espera seria de quatro a cinco anos, a fim de que os arbustos e os espinheiros se achassem