Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

as casas dos negros ficavam situados à margem da enseada.

A 21 de maio parti de Garupaba com as minhas três carroças.

O caminho era plano, muito bom e atravessava uma zona de mata virgem. Encontrei, porém, nas vizinhanças da armação muitas terras já desbravadas e, a cada passo, diversos sítios e algumas roças de mandioca. Em certa altura, atravessamos um rio denominado de Garupaba, que vai lançar-se na lagoa do mesmo nome, perto do mar. Como era dia de festa, encontrei grande número de mulheres a cavalo que voltavam da missa. Elas não usavam chapéus de homem como as de Minas, mas chapéus próprios do sexo, e, tampouco, se esquivavam de olhar para os lados, corresponder aos cumprimentos que eu lhes dirigia e falar com os passantes.

Uma delas, vendo-me colher plantas, entendeu que eu era médico e forçou-me a entrar em sua casa para ver um doente. Era um homem atacado, havia muitos meses, de paralisia e os mais hábeis talvez tivessem ficado tão embaraçados como eu. Recomendei o doente a Deus, aconselhei-o a ter paciência e a confiar na sua mocidade, e escapei-me o mais depressa possível.