Chegando ao outro lado da lagoa, encontrei na praia a carroça e seu condutor. E apenas entrara em entendimento com esse último, o canoeiro interrompe-me, censurando-me grosseiramente, sob o pretexto de o haver feito esperar muito tempo. Como o carroceiro quisesse ver minha bagagem antes de concluir o negócio, tratei de embarcar. Qual não foi, porém, o meu espanto quando vi entrar commigo na canoa aquele homem agigantado que infalivelmente nos faria naufragar. Declarei ao canoeiro que não partiria se ele conduzisse mais alguém em sua embarcação. O homem tornou-se desaforado. Logo, porém, que eu lhe disse achar-me em missão do governo e que daria queixa do ocorrido ao comandante da Laguna, ele instantaneamente mudou de linguagem, desmanchou-se em desculpas, passou a tratar-me de senhoria e tornou-se excessivamente cortês.
Na manhã seguinte, o dono da carroça foi à vila e comprometeu-se a levar-me da Laguna a Porto Alegre pela quantia de três dobras (240 fr.). Combinamos partir dentro de dois a três dias. Era preciso que eu ainda arranjasse dois ca- valos ou duas mulas, visto a carroça dever ir tão carregada que talvez nem encontrasse nela lugar para mim.
O condutor da carroça que eu acabara de alugar era da província do Rio Grande e representava