Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

cavalo, enfim todo esse conjunto visto de longe constituía um grupo bem pitoresco.

O tabuleiro de relva a que já me referi desdobra-se do Porto da Passagem até a raiz dos morros, numa extensão de mais ou menos um quarto de légua. Daí em diante, começa a praia triste e deserta, de cerca de 22 léguas de comprimento e que eu percorri até os limites da província do Rio Grande. Ela é muito larga quase reta, como se fosse traçada a cordel. Linhas paralelas de ondas espumantes, sucedendo-se urnas às outras, vagarosas, sempre renascentes, vinham, bramindo, extinguir-se na praia. A alguma distância do mar, a areia é pardacenta devido à umidade, e, incessantemente batida pelas vagas, tornou-se consistente, oferecendo aos viajantes uma ótima estrada, para a qual o homem não contribuiu com o seu trabalho. Mais para cima, a sua superficie já não é tão nivelada, divisando-se em alguns lugares montículos e valezinhos, e em toda a sua extensão ligeiras ondulações formadas pelo vento. Uma amarantácea, uma sene- cionídea de longas hastes rasteiras e algumas touceiras de ciperáceas são quase os únicos vegetais que se encontram dispersos nesse vasto areal. Entretanto, de longe a longe, avistam-se colinas coroadas