em tal sentido pretendesse criar o governador de mãos dadas com o partido português.
Já então era tal o conceito que no país e fora dele gozava o grande paulista que só o seu apoio ao plano resolvido da eleição de um governo provisório de que fizesse parte, valia tanto como a comprovação de que se tratava de cousa séria, justa e digna de ser realizada.
Conheciam todos o valor do ilustre filho de São Paulo, há dois anos chegado do velho continente, coberto de louros alcançados no exercício das mais elevadas comissões e com um cabedal imenso de saber e de experiência, e sobretudo dispondo de um elevado caráter e que se impunha principalmente por sua grande probidade.
Todos conheciam e respeitavam o grande brasileiro que, passando na Europa a mocidade, granjeara ali a reputação de um dos maiores cientistas de seu tempo e volvia agora à pátria para lhe prestar serviços que ela estava a exigir dos seus filhos.
Contava, então, José Bonifácio 56 anos. Nada, pois, poderia faltar-lhe para mover-se com segurança no terreno em que ia se experimentar.
Talento amadurecido no estudo e observação dos homens e das cousas, conhecedor do que se passava entre os estadistas do reino com os quais privara, dispondo de experiência e reflexão que deveria ter adquirido nas viagens do mundo, amigo sincero da pátria, caráter nobilíssimo, cidadão criterioso e refletido, quem mais no caso de servir de guia aos brasileiros na empresa para que se preparavam?