Hábitos simples da colônia, bons tempos patriarcais em que o número de convivas não representava uma preocupação orçamentária...
E esse tom rural da família Moreira de Carvalho completava-se com a propriedade de dois engenhos de açúcar. É no "Santa Candida" que o pequeno Francisco Inacio vive grande parte da infância. É ali que, sentindo o cheiro bom dos canaviais, a alma infantil se vai formando, na quentura oleosa do trópico, ao contato macio da natureza. Menino de engenho ia brincar com os meninos dos outros engenhos.
Desse tempo feliz, ingênuo e folgazão, livre e sem amarras, datam algumas de suas amizades mais ternas.
Francisco Inacio encontrará sempre ao lado, no travo das lutas, como amigo e confortador, a pessoa de Sinimbú, seu antigo companheiro de correrias na bagaceira dos engenhos.
O cenário dos primeiros anos tem um reverso menos repousante e mais agitado. O grande curso do São Francisco corria em frente ao sobrado de casa.
As barcaças e os veleiros, deslizando velozmente sobre o caudal, sugeriam ao garoto esperto a curiosidade de um mundo não revelado, mais dinâmico e mais tentador...
E o mar, léguas abaixo da vila, veio a ser anos depois a novidade para o estudante de preparatórios.
Nas idas e vindas a Maceió, à proa das "borboletas" enfunadas, o jovem Francisco Inacio descobre horizontes largos.
O gosto de viajar, a sede de conhecer povos e gentes estranhas, se teria juntado ao aventureiro, que existe dentro de cada homem, e formado o temperamento de um espírito inquieto.
O traço autoritário e firme, dominante no caráter de Carvalho Moreira, viria da educação severa e mesmo rude que recebiam os nossos avós.