Um diplomata brasileiro na corte de Inglaterra: o Barão de Penedo e sua época

Acompanhou o Imperador no exílio com a mesma dedicação, e sem ironias, que às vezes deixava escapar sobre o Monarca no trono.

Lá no apartamento do Imperador no Hotel Beauséjour, - em cuja porta se lia simplesmente "D. Pedro de Alcântara" -, comparecia Penedo todos os dias, com alguns poucos fiéis como o Dr. Mota Maia, sem falar nas pessoas da Família Imperial.

Outras quiseram seguir o exemplo de Penedo.

Múcio Teixeira, que era então Cônsul do Brasil na Venezuela, havia resignado imediatamente e solicitado do velho Monarca a permissão para servi-lo no exílio.

Dom Pedro de Alcântara respondeu-lhe:

- Aceitei o sacrifício de Penedo, porque é velho e rico; recuso o seu, porque é moço e pobre. Nossa terra precisa de talentos como o seu. Sirva a República com a mesma devoção com que serviu o Império. Formas de Governo são meras questões de estética..."(*) Nota do Autor

Uma semana depois de Deodoro haver dado o golpe de Estado de 3 de novembro, com a dissolução do Congresso, reuniam-se no apartamento do Imperador no Hotel Bedford diversos brasileiros. Silveira Martins, o Barão do Penedo e Godofredo de Escragnolle Taunay, irmão do Visconde.

Discutia-se a situação. Alguém observou que a presença de Dom Pedro era necessária no Brasil, para livrar o país da desordem e do militarismo. Os demais aquiesceram.

O Monarca destronado alegou, porém, que não o tinham chamado.

Penedo declarou então que, numa situação como a existente, não se fazia necessário o chamado. Era dever do

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