Um dos colegas amigos, Francisco José Furtado, dirigia O Argos Olindense, folha acadêmica em que os predicados mentais do corpo docente de Olinda passavam por uma dissecação anatômica.
O prestígio dessa crítica jornalística animava a reação dos estudantes contra certos lentes, que chamavam de ignorantes e ineptos.
Carvalho Moreira figura entre os leitores apaixonados do órgão acadêmico.
O foco de indisciplina encontrava ressonância em cada estudante, disposto sempre às delícias do imprevisto.
Em 1838, quando Carvalho Moreira devia terminar o curso jurídico, houve por ocasião dos exames do quinto ano numerosas simplificações que causaram o maior desagrado. Os estudantes capitaneados por dois bacharéis invadem o edifício da Faculdade aos assovios e berros estridentes, exibindo a resistência dos pulmões.
Insultam os lentes, xingando-os à vontade nos termos mais livres, em meio à assuada renitente. O distúrbio infernal não pôde ser contido senão graças à força pública enviada especialmente pelo presidente da Província.
Entre os estudantes comprometidos no sarilho estavam Carvalho Moreira e o seu amigo, José Furtado, empresário do Argos Olindense.
O padre Lopes Gama aproveita o incidente para uma lição de ordem e disciplina. Comunica o ocorrido por ofício ao Presidente Rego Barros.
O promotor público de Olinda, Nabuco de Araujo, contemporâneo de Moreira e Furtado, tem ordens de agir e, vedando os olhos com o véu transparente da justiça, denuncia os antigos companheiros como incursos nos arts. 285 do Código Criminal e 2 da lei de 6 de junho de 1831 - o ajuntamento ilícito.
Quanto a saber que o ajuntamento tinha sido ilícito, disso, estavam ambos mais que convencidos.