Um diplomata brasileiro na corte de Inglaterra: o Barão de Penedo e sua época

Publica em 1842 o Manual do Cidadão Brasileiro, cujo título sugere mais uma codificação dos preceitos de moral e cívica que uma justaposição de leis fundamentais, comentadas com erudição e sobriedade.

Sucedem-se nesse pequeno volume a Constituição Política do Império do Brasil, o Ato adicional com a sua lei interpretativa e os estatutos do Conselho de Estado.

Minuciosas, seguindo o texto como um cão fiel, vêm as anotações, as referências, os pontos de contato com outros dispositivos legais e mesmo com simples ordenações administrativas. Regulamentos, avisos, portarias.

Um inventário dentro da burocracia. Um sucesso na clareza de exposição.

O acolhimento que teve foi bastante sensível, a ponto de anos mais tarde, quando ausente do Brasil o autor, a casa Laemmert tirar ainda novas edições do trabalho.

O jurista em Carvalho Moreira nunca se perdeu em nebulosidades de teorias, por vezes completamente extraviadas na abstração.

Inimigo dos ratos forenses, um dos seus gestos iniciais de afirmação é promover com Teixeira de Freitas, Caetano Alberto, Montezuna, Luiz Fortunato e Sousa Pinto a criação do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros.

A Gazeta dos Tribunaes, de sexta-feira 9 de junho de 1843, anunciava com certo garbo aos seus leitores "que há poucos dias houve um reunião de distintos advogados nesta Corte com o fim de organizarem uma associação como outrora alguns deles tinham projetado, mas que não foi avante por motivos de certas suscetibilidades inteiramente estranhas ao objeto da associação."

Passada a ventania das vaidades, podia-se no entanto esperar agora "melhor e feliz resultado pela criação de uma Ordem de Advogados, que muito deve concorrer não só para a boa administração da justiça em geral, mas até para a perfeição do interessante estudo da jurisprudência do

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