Um diplomata brasileiro na corte de Inglaterra: o Barão de Penedo e sua época

juízes singulares ou coletivos. As traças do foro a roerem a bolsa do povo.

Justiça, lerda e cara. Bacharéis, de sabença fátua e pedante.

Muito objetivo, homem de observação e realizador, Carvalho Moreira quer boas leis de processo que reduzam "o arbítrio dos juízes e pessoas do foro".

Leis com "fórmulas precisas sob a condição indispensável da simplicidade, brevidade e segurança".

O traço firme de sua vontade transparece no modo incisivo por que sugere a renovação da vida forense.

Depois de comparar a obra vitoriosa da codificação na Itália com o célebre Romagnosi, na Baviera com o jurisconsulto Feuerbach, nos Estados Unidos com Livingston, mostra o absurdo de no Brasil se querer imitar a Inglaterra, país milenar, com suas formas próprias, sua longa história e lenta evolução.

Em Carvalho Moreira se revela já aquele senso de penetração da realidade que distingue o sociólogo.

O homo politicus lateja na fibra desse advogado que se torna com o estudo um jurista, um notável pesquisador da Sociologia do Direito.

A sua preocupação de justiça social leva-o a empreender a revisão de todas as estruturas administradoras do Direito à coletividade.

Para realizar o pensamento do jurista só faltava mesmo a ação do legislador.

Ainda nesse ano, Carvalho Moreira segue em viagem às províncias do Norte, promovendo a criação de filiais, na Bahia e em Pernambuco, do seu órgão de classe.

Revê então a terra natal, o seu velho Penedo languidamente vivendo à beira do São Francisco.

De canoa, atravessa o rio largo em direção a Sergipe.

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