Doce, onde descobriu pela primeira vez o ouro, e passando à capitania do Espírito Santo ofereceu à câmara a quantia de três oitavas, que havia tirado.
Bartolomeu Bueno de Cerqueira,(1) Nota do Autor cunhado de Arzão, primeiro descobridor, servindo-se do roteiro que êle havia deixado, penetrou as matas de Minas Gerais, e na serra da Itaverava, distante hoje de Vila Rica oito léguas, fez o primeiro estabelecimento. Carlos Pedrozo da Silveira, que nunca foi às Minas, poude industriosamente haver o primeiro ouro que Bueno havia tirado, que fazia o cómputo de 12 oitavas - e apresentando-o ao governador do Rio de Janeiro, adquiriu a glória de descobridor.
Ainda que Arzão fôsse o primeiro, Bueno o segundo, que penetraram as matas de Minas Gerais, e extrairam o primeiro ouro, não foram estes os recompensados; Carlos Pedrozo da Silveira, que pelo único fato de apresentar o ouro extraído por Bueno foi feito Capitão-Mór da Vila de Tabuaté - fazendo-o ao mesmo tempo o governador Antonio Pais de Sande, Provedor dos Quintos, instruindo-o das ordens necessárias para fazer a primeira Casa de Fundição na dita Vila, posto mais acomodado, por irem a êle ter todos os descobridores.
Apezar de ser controversa a glória do primeiro descobridor, é inegável que somos devedores destes descobrimentos aos paulistas; a quem faltaram meios e direção para não ter feito em nossos estabelecimentos americanos a mais brilhante figura. É também inegável que apezar da desordem e imprudência com que êles empreenderam estes descobrimentos - antes com o fim de cativar índios que lhes serviam de escravos, e de tirar ouro, foram os primeiros que conhecendo o direito de regalia, procuraram utilizar-se, sem ofensa da soberania.
Não cumpre dar disto maiores provas, do que o manifesto feito de todas as minas, e do ouro delas tirado.
A recompensa feita a Carlos Pedrozo da Silveira estimulando assás aos paulistas, fez com que descobrissem quase todas as faisqueiras conhecidas hoje em dia em Minas Gerais, excetuando sòmente as matrizes quartzosas e de formação. E de feita, em 1699 e 1700, Miguel Garcia, natural de Taboaté, e João Lopes de Lima, natural de São Paulo, descobriram as minas de Ribeirão do Carmo, e as