O Brasil e o colonialismo europeu

despeito e amargor depois do Tratado de Versalhes. Um conclave realizado naquelas condições, obediente mais a potências europeias colonialistas que aos Estados Unidos, potências essas completamente desvairadas pelo nacionalismo, fatalmente decepcionaria a aliados mais fracos, os que jamais deveriam ter entrado na conflagração, gérmen de futuros conflitos quando os descontentes se uniriam aos adversários da véspera. Hoje talvez compreenderiam vencedores, vencidos e inconformados o perigo de artificiosos ajustes, gizados por grupos submetidos a todos os males de vaidades exasperadas, ambições incontestáveis e mais paixões provenientes da insanável desigualdade a que acima nos referíamos. Uns ricos, outros pobres, uns fortes, outros fracos, como poderiam se entender sob o signo dissolvente? Onde não há justiça, equidade ou sequer esforço de compreensão, não pode haver tampouco paz e continuidade. Segundo o espírito do chamado Ocidente em 1914, e mais ainda em 1939, era lícito às nações poderosas escravizar as débeis. Passaria neste período por doido o estadista europeu que se abalançasse em querer corrigir o mal. Assim fora em todos os tempos e no entender de povos e de governantes, e assim deveria continuar para todo o sempre.

Espezinhada, retirou-se a Itália do teatro do drama em aparência terminado em comédia na galeria dos espelhos. Prosseguiria, no entanto, o morbo destruidor a sua trajetória nos anos seguintes, cada vez mais peçonhento. O contágio que espalhava invadiu todos os partidos políticos da península. Todos procuravam dele se aproveitar em seus manejos e intrigas — e principalmente — na sua demagogia. O primado dessa exploração para fins eleitorais, pendia ora para a direita ora para a esquerda, segundo as peripécias da luta pelo poder. As vacilações acirravam a desordem. Conflitos

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