O Brasil e o colonialismo europeu

tornado obsoleto o seu sistema de cabos na serra de Santos, em condições de inferioridade perante o tráfego rodoviário da Via Anchieta, teve a ventura de ser desapropriada sem utilidade para o Brasil na vigência do governo Dutra, o qual em operações deste jaez dissipava o precioso saldo que tínhamos amealhado no correr da última guerra mundial. A sorte favorável acompanha empreendimentos bem concebidos e executados, segundo vemos no exemplo acima. Muitos outros episódios poderiam os ingleses juntar ao precedente, com que elevaram e desenvolveram a sua economia nacional e finança privada, por fim ainda galardoados pela incomensurável vantagem do idioma inglês passar a língua internacional, dentro e fora dos limites do seu antigo império, graças à todo-poderosa contribuição dos Estados Unidos e outras antigas colônias.

Todavia, o predomínio que parecia reeditar a conquista romana, não durou mais que o império dos Áustrias enquanto dominaram as Espanhas. Duas guerras universais se encarregaram de lhe aluir a grandeza. O que se salvou depois de 1945, ainda remanesce preso à antiga metrópole por laços econômicos baseados em reciprocidade comercial muito diversa da antiga, vigente no tempo de S. M. Vitória, Rainha da Grã-Bretanha e Imperatriz das Índias. Persiste o Commonwealth com aspeto ainda invejável, em condições, porém, muito diversas das sonhadas por um Gladstone ou Disraeli. Desvaneceu-se o tempo em que porfirogenetas etonianos ou harrowianos se preparavam em verde idade para serem Vice-Reis e Governadores de territórios imensos, habitados por milhões de "nativos". Dos clubes do Pall Mall saíam os rulers da Índia ou do Próximo Oriente, mantenedores da política inglesa, ensinados já na casa paterna a lidar com os "protegidos" pelo pavilhão imperial. Aprendiam pelo convívio de parentes e no ar

O Brasil e o colonialismo europeu - Página 447 - Thumb Visualização
Formato
Texto