O Brasil e o colonialismo europeu

esse bloco o fenômeno do prestígio da vitória. Até hoje só contam russos e comparsas menores com eventos a eles favoráveis, o que na mente gregária dos admiradores incondicionais os bafejam com os mesmos elementos de prestígio encontrados no racismo ou no colonialismo. Acaso tivessem sido vencidos pelos nazistas na guerra os seus mais ardentes partidários seriam hoje hitleristas, em vez de stalinistas, porém nos demais países fora da coação, onde o povo pode livremente manifestar a sua vontade, nota-se cada vez mais acentuada mudança de mentalidade em vias de tornar mudança de psique.

Atualmente vemos mais do que sintomas desta mutação nos países herdeiros da civilização ocidental. Traumatizadas as grandes nações pelos sofrimentos da última grande guerra, repudiam o colonialismo como parte de antigas doutrinas fundadas na violência. Alguns anos mais de paz permitirão à democracia resistir à maré rubra com maiores possibilidades de sucesso do que o cristianismo perante os bárbaros invasores do império romano. Somos de parecer que o maior adversário de doutrinas que necessitam da força para se sobrepujarem ao direito é a paz prolongada. A Rússia vermelha encontrava-se em péssimas condições políticas nas vésperas do cataclisma de 1939. A agressão nazista teve dom de reconstituir um organismo invadido por tumor maligno. Foi a operação cirúrgica que permitiu ao grupo Stalin subsistir por mais algum tempo, por sinal, provocada a catástrofe pela atitude dúbia do ditador soviético. "Sem a cumplicidade da Rússia nos seus inconfessáveis desígnios contra a Polônia, Hitler não ousaria agredi-la", escreve Nevile Henderson. Quando pouco antes celebrou-se em Moscou o pacto de não agressão entre Hitler e Stalin, "The first impression in Berlin was one of immense relief", diz o diplomata, pois estava livre a estrada ante as ambições hitlerianas. Supôs-se o dono da Alemanha que ia ser o dono do mundo! Quem ousaria

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