O Brasil e o colonialismo europeu

opor-se a seus planos supercolonialistas? A Europa provocava-lhe riso. A Ásia e a África eram as suas futuras presas. A América não entrava em linha de conta, nação cheia de negociantes, de judeus e de italianos incapazes de enfrentar o superguerreiro germânico!

Tais cálculos são tanto mais espantosos visto a facilidade de traçar rápido elenco dos recursos dos tais negociantes, donos da maior produção de aço e de petróleo do mundo, em condições, a despeito do seu pacifismo, de esmagar quantos Hitlers e Stalins surjam para desafiá-los. Não estivesse o ditador nazista completamente assoberbado pelo resíduo de ideias, prejuízos e preconceitos do estúpido século XIX, por certo havia de duvidar do êxito de planos de dominação do mundo antes de destruído o seu principal adversário. Repetiu-se, daí, em 1939, o que já ocorrera em 1914, quando a incurável suficiência de europeus impediu-os de ver qual o verdadeiro fiel da balança dos acontecimentos. Em ambas as datas o desprezo pela América acarretou a queda dos que os menosprezavam, resultado de espantosa presunção empenhada em ignorar a evidência!

A destruição da Alemanha e os atrozes sofrimentos da Europa finalmente conseguiram abrir os olhos do homem do Velho Continente. Percebeu depois de duras provações que existiam forças acima do colonialismo, contrárias à dualidade ética, a moral e imoral, que por tanto tempo o orientara. Pela primeira vez na história contemporânea o europeu ajusta a sua atitude e sincroniza os seus dizeres com a América, em vez de lhe opor néscios preconceitos. Foi preciso que a miséria em que braceja e o temor de calamidades maiores no futuro, o vergassem até fazê-lo compreender a realidade. Participa hoje, sem embargo do seu antiamericanismo de sentir geral irresistível, que não tardará a varar até cortinas de ferro. Neste momento, nas mais opostas partes do globo, registam-se as mesmas resoluções, norteadas pelo

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