O Brasil e o colonialismo europeu

mesmo espírito, à procura de solução dos mesmos problemas. A tarefa tornou-se muito mais fácil, graças ao gradual esmaecimento de ideias ainda há pouco predominantes em nações de que dependia o nosso porvir. Na América do Norte, admite-se que o seu calcanhar de Aquiles é constituído pelas discriminações raciais dos estados do Sul. Na Europa Ocidental, no sítio onde predominava outrora o colonialismo, já se suspeita a inconsistência de impérios coloniais derramados no mundo tão só para vantagem de uma nação. Em toda parte empalidecem nacionalismos, em antigas e jovens nações avessas a aventuras de conquista, inclinadas a maior fraternidade a fim de melhor resolver dificuldades internas. Ao invés de cogitar em invadir o vizinho, preferem propor-lhe acordos comerciais, com sincero desejo de chegar a resultados "favoráveis às partes", de muito preferíveis a guerras sangrentas. Chegou-se a ponto de se conceder auxílios a nações subdesenvolvidas sem outro escopo que evitar escandalosas disparidades, objeto desta nossa explanação, ou seja, sobre desigualdade proveniente de causas ecológicas entre nações.

Neste ponto assistimos ao espetáculo completamente inexequível há 20 anos atrás, de auxílio financeiro dispensado com aplauso geral a nações fracas por parte de poderosas. Antigamente seria oportunidade de conquista, hoje ajuda tão só interessada no bem de todos, num commonwealth a abranger o mundo em vez de se limitar a eleitos dos céus. A corrente de ar purificador também corre internamente, dentro dos limites de uma nação, em que vemos preconceitos religiosos, sociais e racistas, são banidos de modo a desaparecerem fanatismos e utopias num esforço purificador que transformará o mundo sem necessidade de guerras, revoluções e luta de classes.

Pela primeira vez cogita-se de modo prático e utilitário à conciliação dos interesses do indivíduo com o

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