nessa altura do governo italiano o pequeno marxista que Lenine apontava como o teorista social de maior valor na península.
Seguiu-se outro semelhante na própria Rússia representado por Stalin. O advento do georgiano era inevitável. Hoje pretendem os sucessores de que ele se tornara aberração no seu partido. Chega tardiamente, porém, a declaração, por parte dos que estreitamente colaboraram com o atual anatemizado. Alguns até se mostravam mais realistas que o Rei quando Stalin imperava. O mais certo seria conceder o que registará em pouco a história a seu respeito. O despotismo moderno é o desfecho de uma série de eventos processados dentro do clima marxista quando passou da teoria à prática, numa sucessão de embates internos e externos, na política soviética moscovita e na internacional, que não permitiam outra solução. Num clima de violência só pode subsistir o ditador armado de poderes discricionários, como se evidenciou no advento de Stalin ao supremo poder e a morte de Trotski barbaramente suprimido. Um dos dois devia tragicamente sossobrar. O primeiro mandou sicários liquidarem o obstáculo. O segundo fomentava sublevações em Moscou na esperança que o adversário fosse enforcado. Esses acontecimentos não são apenas reflexos do feitio criminoso de um ditador, mas acima de tudo da doutrina que estabeleceu clima favorável ao predomínio da força sobre o direito.
No dia em que esse clima causar horror à massa que lhe suporta o jugo, surgirá automaticamente a tendência contrária, ou seja, para evitar novos déspotas, implantar-se-á a divisão de poderes, o seu fracionamento e por fim a temporariedade do seu exercício. É a volta pura e simples à liberal democracia, com o seu excesso de liberdade, seu caráter dispersivo e anarquismo contrário ao gregarismo político. Acaso não surja outro ditador, os dias do marxismo estão contados na