O Brasil e o colonialismo europeu

Rússia, e o seu fim trará o desaparecimento de todos os ditadores. Eles existem onde há ambiente propício para a sua mantença, como foi o período em que existia um Hitler na Alemanha porque havia Stalin na Rússia, e vice-versa, quando o georgiano justificava a sua presença no governo moscovita pela necessidade dos bolchevistas se defenderem dos nazistas. O mesmo fazem outros ditadores ainda existentes à vista do perigo que representa para os seus respectivos governos a ameaça marxista. Desaparecida esta não haverá mais motivo da presença dentro de um organismo político de órgão sem função.

Todavia, convém não nos iludirmos sobre tais sonhos. Enorme rescaldo de épocas passadas ainda permanece entre nós, a produzir intensa fermentação na terra e no ar. O entulho remanescente do passado demorará por longo espaço antes de ser completamente removido. Homens formados sob o signo dos mais ferrenhos preconceitos, prejuízos absurdos, desatinadas utopias, inclusive colonialismos agressivos, ocupam postos-chaves na administração pública dos maiores países do mundo. Pertencem a outras gerações, moldadas pelos piores equívocos nocivos à coletividade. Imbuíram-se durante toda a sua vida de doutrinas baseadas na violência para chegarem à realização de seus sonhos. Esses indivíduos não podem compreender o mal que espalham, o obstáculo à vinda de tempos melhores que representam, o atraso que provocam à marcha das ideias, as confusões que adensam em torno de si. E, da violência erigida em magno fator político, advêm-lhes todas as modalidades colonialistas, possíveis, imaginárias, transportadas do terreno material ao intelectual e até espiritual, quando se esforçam por criar novo dogma para justificar os processos que empregam.

A morte de Stalin clareou o panorama internacional. Com ele desapareceu um sistema inteiro consubstanciado

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