Proibia que a sua mulher descarregasse a consciência no Santo Ofício, dizendo nada tinha que fazer na Inquisição. Outra acusação grave que se lhe fazia segundo rumor público era "que dois irmãos mamelucos moradores na Cachoeira de Parabuçu tinham mais de uma mulher e assim o consentiam fazer aos seus índios da terra e se algum cometia alguma culpa o privam de sua mulher e o põem em prisão onde muitas vezes acabam, e consentem matarem em terreiro(?) e fazem outras cousas semelhantes que são do uso gentílico". Este documento nos proporciona pormenores, infelizmente poucos, porém bem caraterísticos dos ardis empregados por certos lavradores, para granjear braços acobreados.
Os mamelucos a que se refere são Alvaro e Paulo Adorno, pois António, considerado o mais prestante da irmandade, já morrera e a sua viúva e filhos tinham sido despojados pelos tais irmãos. Ele mesmo sofrera acusação de ser o causador da morte do filho de Mem de Sá, que abandonara em meio da peleja contra índios. Recusara-se o Governador receber o mestiço quando pretendia justificar-se, sendo necessário, na conjuntura, toda a alta noção do dever do grande administrador, para que não desse largas ao natural ressentimento mandando enforcar o responsável pela tragédia. No feudo dos Adornos em Paraguaçu, praticava a indiada irregularidades sem conta, afetando tanto as normas administrativas coloniais como a própria religião. Contava-se que um mameluco de nome Moura, lá morador, andava com os brasis, "fazendo com eles a dita abusão da Santidade a saber, beber os fumos deles, tomar folhas de palmas e marcando-as e furando com o dedo por elas feitas em argolas e postas num pão fincando no chão indo com os olhos cerrados como quem vai