Chegando à vista o inimigo, foram de novo chamados e precipitadamente distribuídos os que apareceram em tempo nos pontos mais vulneráveis da defesa. A maior obra bélica da cidade, o forte do Mar, não ia além de oito ou nove pés acima do nível da água. Providenciou Diogo para que o reforçassem com faxina e cestões cheios de terra, assim como procurava entrincheirar a cidade. Foram os habitantes proibidos de abandoná-la, medida tendente a obrigá-los a defender o que era seu, e para maior efeito das ordens, foi elevada uma forca. Porém, a suprema providência, que demonstrava a escassa confiança do Governador na praça, consistiu na remoção da pólvora para a casa da governança, a fim de mandá-la para os ares com os ocupantes caso o inimigo triunfasse.
No porto estavam 18 barcos mercantes que foram encostados em Itapagipe. Tomaram conta os jesuítas da munição, pois, desde o começo do governo de Diogo tinham-se mostrado os seus mais animosos companheiros. O Bispo também auxiliava a defesa, procurando avivar o fervor religioso da população ante a gravidade do momento. Prepararam-se para a morte, diz António Vieira, então noviço na cidade, dando fim a velhos ódios e "descobriram-se pecados encobertos com o silêncio de muitos anos", entregues ao criador, único que os podia valer no transe.
O tempo chuvoso tornara-se favorável aos assaltantes, ocultando os seus movimentos aos observadores de terra. Cinco navios se detiveram diante do forte de Santo António, afastado da cidade, onde desembarcaram tropas ao passo que os demais prosseguiam em direção ao porto. Quis o acaso estivesse presente o grande António Vieira, da Companhia de Jesus, daí por diante envolvido em todas as peripécias da longa campanha, presente a combates, aconselhando governantes, intervindo nas negociações de paz que lhe puseram termo. A sua pena evoca o espetáculo da poderosa frota que se aproximava da cidade, em