opinião qualquer a respeito. De 1879 a 1884, isto é, do início da primeira fase da campanha até a vinda do ministério Dantas, já declaradamente favorável aos escravos, cinco Gabinetes têm assento nos conselhos da Coroa. "Cada um deles, desde Sinimbu, ver-se-á doravante obrigado a explicar-se a respeito, e em geral ficará caracterizado no espírito popular por alguma frase sobre o assunto, citada e discutida pelos abolicionistas, como essa de Saraiva, respondendo a Nabuco. Seu Governo ficou sempre na imprensa democrática como o Ministério que não cogita da questão, exatamente como o do seu sucessor, Martinho Campos, será o escravocrata da gema. Depois, Paranaguá e Lafayete, procurando em ponto tão delicado não ferir nenhum modo de pensar, hão de contemporanizar com a questão até a subida de Dantas". São cinco ministérios liberais, que "procuram defender-se quer pela resistência quer mesmo pela transação, contra o perigo do abolicionismo"(5). Nota do Autor
No fundo, faltava-lhes ainda o que Joaquim Nabuco chamava uma consciência emancipadora. Era a ausência dela, ou melhor, de uma visão objetiva dos acontecimentos, que levava Martinho Campos a dizer da tribuna da Câmara, comparando a escravidão a um pântano, que no dia em que pudesse ver-lhe o fundo, a questão estaria resolvida - "quando pudermos descobrir-lhe o fundo, então, ousados, faremos o mais..."