História de D. Pedro II, 1825-1891 3º volume Declínio, 1880-1891

A sorte dos escravos certamente o tocava tanto quanto na época da extinção do tráfico ou da votação da Lei do Ventre Livre. Somente, a sua sensibilidade, que nunca fora grande, era menor. Por outro lado, por isso que não se tratava mais do rapaz de 25 anos, ou do jovem de 40 e poucos, ele pesava melhor as formidáveis responsabilidades que cairiam sobre a nação no dia em que o problema dos escravos sofresse uma solução mais radical do que a prevista na Lei do Ventre Livre - fosse para a sua extinção dentro de um prazo mais ou menos curto, fosse para a sua extinção imediata. Tímido, por natureza, e convencido, como os políticos que o cercavam e o aconselhavam, de que a extinção imediata da escravatura seria a morte da agricultura no Brasil, e por conseguinte a ruína do próprio país, o Imperador pensava duas vezes antes de dar um passo definitivo no sentido de prestigiar, com a sua grande autoridade, a campanha que se operava lá fora em prol da abolição total(6). Nota do Autor

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