se integrassem no mecanismo geral do sistema representativo, e fossem progressivamente refletindo, não a vontade do chefe da nação ou o capricho dos ministros, como se dera, em regra geral, até então, mas as tendências e a mentalidade das Câmaras.
Mas uma atitude sua de rigorosa discrição não podia, certamente, prolongar-se indefinidamente. Ela se explicaria até quando a ideia abolicionista se agitasse apenas entre os seus próprios correligionários, nos corredores do Parlamento ou no seio dos dois partidos constitucionais. Uma vez, porém, que começasse a ultrapassar esses limites, e adquirisse proporções de uma verdadeira campanha nacional, cívica e social, transformando-se no que Graça Aranha chamaria mais tarde a loucura da abolição, o dever do Imperador, como chefe da nação, era justamente o de abandonar sua linha de imparcialidade; e, senão intervir franca e diretamente na campanha, formando ao lado dos abolicionistas, assumir ao menos uma atitude claramente definida, atitude de equilíbrio, equidistante entre a pirronice dos escravocratas e o radicalismo dos extremistas, de forma a poder com o seu prestígio, com a sua ponderação, encaminhar pouco a pouco a consciência da nação na direção realmente reclamada pelos interesses nacionais.
Foi o que ele procurou fazer, quando o conselheiro Lafayette deixou o poder, em junho de 1884.