inquietas o pequeno embrulho: um livro! Dadama leu o título: "Pequeno Catecismo Historico, oferecido a Sua Alteza Imperial D. Pedro de Alcântara por D. M. C. de V." Na dedicatória incluíra um elogio mimoso: "Vossa Alteza Imperial, que em tão tenros anos começa a desenvolver tanto os princípios de virtude e firmeza de caráter, que, com o andar do tempo, fará a glória do Brasil..." Admirável mulher! Motejaram os cortesãos: a idade do príncipe não era a mais própria para tal leitura. O Imperador comoveu-se; com aquela educação, estava cumprida a sua palavra, quando dissera que ele e D. Miguel seriam os últimos malcriados da família. De Ouro Preto, em 22 de fevereiro de 1831, recebeu a sua primeira carta; era do pai, que dizia: "Estou sumamente contente por saber que já assina o seu nome"(1). Nota do Autor
Em seguida... Não se recordaria bem das violentas impressões que, mesmo no espírito d'uma criança, deixam o pavor dos que a rodeiam, tropas que vão e vêm, artilharia que roda pelos caminhos da Quinta, criados que se pranteiam, a fisionomia pesarosa do Imperador, os lindos olhos marejados de lágrimas de D. Amelia... 1831. E a segunda, mais vazia orfandade. Numa madrugada, as portas do Paço se fecharam sobre um casal que se fora. Adormecera vendo o sorriso bondoso da Imperatriz; despertou diante de Dadama, que soluçava. Cerrara os olhos como um pobre menino de quem não se ocupam muito, no torvelinho de fatos estranhos, que não pode compreender;