O rei filósofo: vida de D. Pedro II

XL

UM POUCO DE TERRA


Mal a primavera reverdeceu os campos, foi instalar-se em Versalhes, no hotel des Réservois, perto do palácio onde o esplendor da monarquia se congelara, em alvos mármores, emudecera, na imensa placidez do monumento... Podia frequentar a biblioteca, o museu de Luiz XIV, passear pelos famosos sítios saturados de sua insolente grandeza, meditar sobre os contrastes históricos.

Em 22 de maio, comunicava - com ingênuo regozijo - ao visconde de Taunay: "De Versalhes já vi quase tudo, não esquecendo, bem entendido, os quadros de seu avô. Um destes dias tenho, no teatro Trianon, uma representação pela companhia do teatro francês do Devin du village e de La gageuse imprévue. Fui ontem a Paris ouvir no teatro francês: Grisélidis. Deve conhecer o conto de Boccacio; aproveitaram-no bem, e os versos de Armand Silvestre são mui belos e dos que se repetem depois de ouvidos. Mlle. Bartet representou perfeitamente o papel simpático de Grisélidis. Coquelin Cadet não me agradou no de Diabo. Continuo os meus estudos de ciências naturais, e, fato curioso, psicológico: depois de minha grande moléstia

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