Houve em seguida uma rápida cerimônia. Oscularam os presentes a mão trêmula de D. Isabel, que pensava desfalecer de dor: era a antiga maneira de reconhecer a herdeiros do trono, tudo o que indicava ali que não morrera apenas D. Pedro de Alcântara, hóspede estrangeiro do quarto 18... mas - sem coroa, sem casa própria, sem pátria - o Imperador. Motta Maia aproximou-se, com uma almofada. Substituiu por ela o travesseiro, no qual descansava a cabeça do morto. E recuou, soluçando.
Cumprira um inocente e suave desejo dele.
Pedira uma vez que lhe trouxessem uns punhados da terra natal, para repousar aí, com a ilusão de ter restituído ao chão do seu país o resto de si mesmo, que lhe pertencia.
Aquela almofada estava cheia de terra do Brasil.