exploração, naufragando nos baixos do litoral maranhense, a 11 de novembro de 1554. Adiantam os cronistas que Luís Melo se salvou com alguns companheiros. Tempos depois reaparecia nos sucessos da Índia, com muito destaque e o mesmo espírito de aventura. (1) Nota do Autor
Todos esses fatos vinham corroborar as dificuldades da navegação naquele trecho do litoral, entre recifes traiçoeiros, lutando com o mar grosso e a força das correntes, diante de uma costa a que faltam, desde o Ceará, pontos de referência para um roteiro que, distante da terra, pudesse ainda acompanhar os acidentes do continente. Região árida, sem a segurança de surgidouros acessíveis, com a própria entrada dos rios dificultada pelas areias, que os alísios deslocam das margens estéreis. Até mesmo as sondagens frequentes não tranquilizam o navegante, quando sabe que precisa contar com os parcéis escarpados e as lajes solitárias.
Na altura do Maranhão, esses perigos como que se acentuam. Prolongam-se a distâncias maiores, levando também para longe as correntes marítimas, que ali correm mais impetuosas. Com semelhantes riscos, a cabotagem tornava-se esforço e aventura.
A essas dificuldades havia que acrescentar a incerteza do meridiano de Tordesilhas e a contestação que daí resultava entre as cortes ibéricas, para o domínio da região dos descobrimentos. A famosa carta de Estêvão Fróis documenta esses perigos, revelando o rigor das sanções aplicadas contra os infratores, os inquéritos minuciosos, a prisão e todos os vexames e torturas, que acompanhavam os processos judiciários do tempo. Dois companheiros de Estêvão Fróis haviam sido submetidos ao tormento da água e das cordas; a prisão de todos já passava