nomes nas minhas notas (outros se tinham retirado) e pedir-lhes parecer acerca da melindrosa situação. Foi opinião unânime que Sua Majestade devia quanto antes resolver a constituição de novo gabinete.
O Imperador, depois de refletir por breve espaço de tempo, declarou que confiava esta incumbência ao Conselheiro Saraiva. O Marquês de Paranaguá incumbiu-se imediatamente de ir, em pessoa, ao Morro de Santa Thereza levar este convite ao Sr. Saraiva; este o declinou.
Sabido é que a essa hora o Marechal Deodoro estava, por meio da força armada, senhor da situação e em via de organizar o Governo Provisório pelas pessoas que rodeavam o General.
Lembranças afetuosas. — Gastão d'Orléans.
Ainda não se acha definitivamente elucidada a hora em que foi nomeado o ministério do Governo Provisório.
Recolhi, neste particular, os depoimentos de Jayme Benevolo, João do Rego Barros, João Baptista da Motta e no meu livro Páginas Brasileiras, tratei do caso, transcrevendo, além do artigo que o conselheiro Saraiva publicou em o Jornal do Commercio de 18 de Novembro de 1889, as declarações do então major Roberto Trompowsky Leitão de Almeida e a narrativa que me fez Jayme Benevolo.
Hoje acrescentarei o que numa palestra me disse o Dr. Deodato Cezinio Vilela dos Santos que naquela época era o diretor do Diario Oficial.
Disse-me o Dr. Vilela dos Santos que em a noite de 15 para 16 de Novembro conservara-se até cerca de 12 horas da noite em sua repartição e como não surgisse comunicação oficial de espécie alguma, retirara-se para sua residência, levando consigo um exemplar do Diario Oficial já impresso com a data de 16 de Novembro. Mal chegara à casa, apareceu-lhe um contínuo do Diário dizendo-lhe que lá chegara o Dr. Julio Diniz para tomar conta do Diário. Volveu o Dr. Vilela dos Santos à repartição e aí soube que tinham sido mandado reimprimir as primeiras páginas do Diário com as alterações do novo Governo.