DIÁRIO DE VIAGEM
1º de Agosto — Era quase meio-dia quando saímos à barra defendida pelos fortes de Santa Cruz e São João, a bordo do vapor Santa Maria fretado pelo governo.
O dia era muito semelhante àquele em que onze meses antes eu transpusera pela primeira vez esta mesma barra a bordo do paquete inglês Paraná. O sol meio encoberto e a faixa de bruma que cingia a falda das montanhas estendiam sobre a paisagem uma cor uniforme: o panorama do Rio de Janeiro não mostrava toda a sua beleza.
Uma vez fora da barra, tomamos à direita e, enquanto nos afastávamos rapidamente da costa, ainda pudemos, durante algum tempo, saudar o cume da Gávea, mais alto que todos os outros que lhe ficam vizinhos.
Mas somente o contorno das montanhas nos era dado contemplar; a bruma e o sol ocultavam todos os pormenores e todo o colorido.
Já antes das três horas se deixou de ver terra. Íamos vogando tranquilos sobre a superfície das águas, tão unida como só raríssimas vezes a tenho podido contemplar.
Tomei conhecimento da lista dos passageiros. Além dos que tinha visto na ocasião do embarque, descobri o Sr. Araújo