Gonzaga e a Inconfidência Mineira

Joaquim Norberto de Souza fez tudo quanto lhe permitiu "engenho e arte" para demonstrar ter sido Gonzaga o idealizador de conspiração e seu chefe principal. É, porém, incoerente: ora afirma a qualidade de chefe de Gonzaga, ora o diz vítima das perseguições de inimigos poderosos e do próprio Barbacena, ora fala na má vontade dos juízes, realçando o conselheiro Sebastião Xavier de Vasconcelos Coutinho, que era dotado de uma argumentação mais forte e mais capciosa".(4) Nota do Autor

Falamos, há pouco, na negligência de Gonzaga. Teria ele sido de fato negligente?

Araripe Júnior, ao falar do poeta e sua obra, di-lo um apático. Não somos propensos a aceitar esta opinião. Um homem apático não teria travado a luta que travou Gonzaga, na ouvidoria, contra o governador Menezes. Nem teria sido o político barulhento, mais tarde, em Moçambique.

A monografia de Araripe Júnior data de 1890, quando não se conhecia de Gonzaga senão os versos, a sentença da Alçada, a obra de Joaquim Norberto, datada de 1783, e pouco mais de algumas indicações sem importância quanto ao poeta.

Joaquim Norberto escreveu a sua obra em três meses(!) para demonstrar ter sido Tiradentes figura secundária, revelando-se, então, conhecedor superficial da História de Minas, como nos diz Lúcio José dos Santos. Ou como escreveu Diogo L. A. P. de Vasconcelos: "o snr. Norberto leu e alterou o que leu".(5) Nota do Autor

Mas, prossigamos. Embora a apatia de Gonzaga seja coisa discutível e para nós inaceitável, seria ele

Gonzaga e a Inconfidência Mineira - Página 253 - Thumb Visualização
Formato
Texto