Gonzaga e a Inconfidência Mineira

conivente por simples negligência com os conspiradores?

Era seu dever, sabendo da trama, denunciá-la. Não o fez. Mais tarde negou conhecê-la. Se isto era uma simulação, ninguém poderá afirmar ou negar ainda. Não há de onde partir com segurança, para essa conclusão. Os documentos conhecidos até hoje não no-lo autorizam.

Segundo Cláudio Manuel, Freire de Andrade, Álvares Maciel, Toledo, Alvarenga e outros falaram a Gonzaga, com extensão na matéria sediciosa. Mas, eles todos o negam, corroborando as negativas do acusado.

Tão difícil é afirmar que Gonzaga sabia dos planos revolucionários, como o é dizer os ignorava. Bem entendido: afirmar com fundamento. Ele podia estar ciente de tudo pelos rumores. A sua confessada advertência ao intendente Bandeira e ao visconde de Barbacena, confirmada pelo primeiro, nos ajuda nesta conjetura. Embora não possamos afirmá-lo, admitimos, com reserva, esta possibilidade. E, se Gonzaga sabia da conjuração e não a denunciou, foi conivente com os conjurados. Que o levaria a esta conivência?

Possivelmente, com grandes probabilidades, suas ligações afetivas com os principais implicados no fato. Essas ligações te-lo-iam levado a interferir junto ao visconde e ao intendente, para suspender-se a Derrama, evitando assim a eclosão do levante, de cujo bom sucesso se pode duvidar ainda hoje, salvando deste modo os seus amigos pelo impedimento do motim. Podemos dar esta versão às diligências de Gonzaga junto aquelas autoridades.

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