Gonzaga e a Inconfidência Mineira

Da mesma forma podemos perguntar: seria Gonzaga conivente por ambição? Embora não participasse da conjura, conhecedor dela, estaria aguardando a vitória do levante, para aderir a ele e tornar-se, quiçá, governador ou ministro do novo Estado? É uma pergunta cabível, não obstante sua resposta seja temerosa.

A sua luta contra Cunha e Menezes o fizera simpático aos oprimidos da capitania, aos inimigos numerosos do ex-governador, ao povo enfim. Poderia jogar com estas cartas. Por outro lado, o "amor fazia-o ambicioso; á falta de bens materiais desejaria deslumbrar a sua Marília com um nome ilustre".(6) Nota do Autor Nas suas conversas sobre os recursos econômicos das Minas Gerais falara sobre as possibilidades da independência delas e da formação aqui de um Estado soberano... "em hipótese de potência, não de ato", é claro... Daí o seu nome feito bandeira e agitado nas mãos de Alvarenga, Toledo, Rolim. Não duvidamos de que ele aderisse à revolução, se ela fosse vitoriosa. Todavia, não se comprometeu efetivamente nela, "não assistiu aos conciliábulos em que se tramava a conjura; mas sabia de tudo e, sem nada aventurar (o grifo é nosso), simpatizava com a coisa, preparando-se para colher, os frutos, se acaso fosse avante. Acautelado e astuto, tinha fundadas razões para desconfiar do êxito da empresa... Por isso a sua atitude era a de quem tinha um pé fora e outro dentro. Se a conspiração falhasse, ninguém poderia dizer com verdade que fizera parte dela..."(7)Nota do Autor, tal como sucedeu.

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